Acabei de ler a peça " Macacos e Sombras" e ainda estou tentando digerir o que apreendi do texto, mas, não poderia deixar de vir aqui expor minhas impressões.
A peça faz alusão a Guerra do Peloponeso, buscando um paralelo entre os personagens e civilizações Yorick (Esparta) e Thomas (Atenas) sendo que estes estabelecem um conflito tácito desde o início do texto, culminando para um final que aos poucos vai se desenhando.
A temática pra lá de atual, traz uma história que nos faz refletir sobre a prepotência, a arrogância, o exacerbamento do ego e da vaidade, o egoísmo e a dificuldade do ser humano em aplaudir o outro e reconhecer o valor de cada um.
Isso perpassa pelas questões humanas individuais (intolerância, desrespeito, egocentrismo, ideais de superioridade e supremacia por questões econômicas, religiosas, culturais, sexuais, de gênero, dentre outras...) que tornando-se práticas coletivas, levam a guerras, conflitos que "pipocam" em todas as partes do mundo e desumanizam o denominado homo sapiens.
Com um texto de fácil leitura, somos envolvidos pelos personagens, pela trama, e pela constatação de como uma pessoa pode perder a humanidade a ponto de não reconhecer o valor do outro, a negar o amor, a endeusar o dinheiro, a sempre demonstrar insatisfação e soberba, a se achar o centro do universo e a se apegar a títulos conquistados a ponto de se anular em detrimento deles.
Para mim o final foi surpreendente, pois, considerei que o que aconteceu, como um retorno da consciência do personagem Thomas e a recuperação da sua humanidade, ou seja, a forma se sentir, de ser tocado por algo.
O texto nos faz refletir sobre a essência dos conflitos, deixando claro que não existem vencedores numa guerra (seja ela individual ou coletiva) pois ela só favorece o terrorismo, a segregação, o ódio, nos afastando do sentimento de pertencimento, integração e respeito.
Aproveito a oportunidade e peço licença para trazer uma frase de Machado de Assis, a qual considero que se encaixa perfeitamente nessa temática e nesse texto tão bem escrito, que se resume em: " Ao vencedor as batatas"!
Parabéns, Oscar, muito bom!
É isso mesmo. Eu queria falar desses remas, mas não queria colocar "Esparta" e "Atenas" em cena de um modo convencional. Então tem umas curiosidades assim: Thomas fala muitas línguas porque além de lidar com vários países, Atenas era o pólo cultural de toda a Grécia..
A Guerra do Peloponeso só durou 27 anos porque Esparta sabia que se destruísse Atenas, o impétio viria abaixo e, obviamente isso seria uma autodestruição para Esperata. Portanto, Esparta, que detinha o maior exército, ataca mais para mostrar o seu poder e assustar do que para acabar com Atenas. E, pós ataques tentava negociar parte da rota, coisa da qual Atenas não abria mão.
Era um caso de amor e ódio, ao mesmo tempo, entre as duas cidades. Todos precisavam dos Atenienses... Até para negociar com os outros países.
Quando fui lendo a Constituição dos Lacedemônios eu vejo quebpouca coisa mudou. A História se repete muito. De maneiras diferente. Estamos vendo o fascismo voltar de outra forma, por exemplo. Mas voltou com quase tudo.
Jura? confesso que fiquei meio "doida" quando terminei, com as ideias embaralhadas, mas que bom que captei a mensagem.
Observamos que no final ambas as civilizações estavam destroçadas (até a vencedora Esparta, representado por Yorick).
Triste, pois o resultado, foi o fim do sistema democrático ateniense e o declínio da civilização grega, que deu lugar ao posterior domínio da Macedônia...
Novamente, exalto seu texto, que além do paralelo histórico perfeito, nos faz refletir sobre questões profundas e atuais.
Rapaz! Cris! Você dissecou a peça no seus fóruns mais ítimos! É exatamente isso! E quem vence numa guerra, não é verdade? A Guerra do Peloponeso foi a primeira Gerra Civil do mundo e se alastrou por 27 anos. Por causa dela, perdemos grande parte do conhecimento da Biblioteca de Athenas, que foi queimada. A queda da Biblioteca éstá representada na última cena dessw texto. Imagina o tanto de conhecimento que perdemos ali? Incluindo medicina? E quem ganhou essa guerra? Ela perdura até hoje!