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Blog Dois Pernods

Do artista em crise

Atualizado: 26 de nov. de 2020



Ah, se ele pudesse arrematar as flores,

Sentir o suave perfume de suas pétalas

Como prêmio delicado da estrada que já percorreu...

Idílico pensamento de um ser em odisseia,

Que, do alegre e humano,

resta a alma que há em si.

Ele, caverna sem fim,

Mar turvo do caos humano,

Machuca-se com a flor da vida que escolheu.

Atira, já párea e presente nos ares,

Desordem dissonante inserida na arte

que desmorona-o,

como quem põe abaixo um Coliseu.

Seu coração triste,

Seu coração ermo,

Abismo sem fim,

Como a alma que há em mim.

Quisera apanhar no colo pedaços do seu pensamento,

Ninando-o em meu peito,

Com canções que o tranquilizassem no fim.

Quisera, já pálido e refletido nos mares,

Apanhar o brilho dos olhos que, por descuido ou maldade,

em vários lugares,

Ante tudo, se perdeu.

Ah, se ele pudesse amar os sonhos novamente,

Vivê-los com tamanha intensidade

que tornasse todos a mais pura realidade...

Viveria como o pólen das flores,

levados ao vento,

que, ao acaso, novamente florescem,

fazendo de si

um novo ser a brotar sob o céu que não lhe protegeu.

Mesmo assim, mesmo contra tudo, o que lhe faz renascer é que ele hiberna na alma

E quebranta na calma,

Convertendo em ideias toda dor que já sofreu.

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