Com esse teu coração circular,
essa tua sofisticação retilínea
e esse teu aconchego sempre tangente e angular,
unitário,
sei que nunca vou estar.
Mas há,
nessa tua infinitude de ângulos e retas,
alguma coisa que ofusque
o prisma dos teus encantos?
Há,
nesse nosso pelejar equilátero,
nesse nosso dialogar equidistante,
algum motivo para me fazer
do teu amor aberto e agudo duvidar?
Em nossa vida, nada é obtuso.
E em tua coerência de charme triangular,
de amor,
eu morro num vértice!
Juntos
somos dízima periódica,
pontos de uma mesma reta.
Por isso, juntos,
enfrentamos qualquer parábola!
Unidos estamos
para criarmos novos ângulos
sob a diagonal enlouquecida dessa vida!
E, em vida, meu amor por ti é tão exato
que, mais um pouco,
vira amor matemático.
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