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Blog Dois Pernods

Há noites

Atualizado: 5 de jun. de 2019


Há noites em que eu gostaria de embarcar e, singrando o mar, esquecer que o dia foi dia.

Há noites em que é mais forte o lesto e vago desejo de sumir do mundo e de mim mesmo.


Há noites em que eu mal me reconheço.

Como se eu não fosse mais parte dessa Terra,

Como se eu não fosse mais parte do que almejo,

Ou como se um abismo se instaurasse no verdume dos meus olhos

E escurecesse tudo e tudo que desejo.


Há dias em que me encontro com o que não tenho,

Outros em que sublimo o que sei e finjo que esqueço.

Mas também há momentos em que todas as farpas eclodem,

de modo assaz e competente,

para me sangrarem o peito...

Como se eu não fosse digno de qualquer piedade,

Como se nada em mim tivesse importância,

Como se o amor já não me abraçasse,

Como se eu já não fosse esse que mora dentro de mim mesmo.


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