Macacos e Sombras é um texto que remonta a primeira guerra civil do mundo. O espetáculo propõe uma reflexão sobre a guerra, a ganância, a prepotência, a arrogância e a subestimação de valores - fatores tão presentes em relações diplomáticas, políticas e econômicas entre dois países - ou entre duas cidades - quanto em relações extremamente similares no espaço menor dos círculos sociais, sejam elas familiares, de amizade, de trabalho ou meramente escolares.
Do macro ao micro, na transposição da história do conflito armado entre Atenas e Esparta para a história de um escritor e seu aprendiz, Macacos e Sombras propõe o delicado toque sobre assuntos relevantes nas relações de poder.
Em tempos de conflitos religiosos, ataques terroristas, de relações diplomáticas abaladas entre países vizinhos ou separados por um oceano e da constante iminência de novos conflitos em nome do que se crê - fé que sempre lesa a cultura de alguma forma, colocando-a em xeque-mate - nada melhor que iluminar a todos os que assistem essa disputa, revelando que é do micro que se constrói o macro.
Tal reflexão também aproxima a atenção do público para o entendimento de outro dado importante: "Subestimar valores é acreditar que o outro nada tem a oferecer". Despertar um olhar aguçado sobre isso se faz necessário em todas as instâncias da nossa sociedade.
Montar esse espetáculo nos dias de hoje é impulsionar o público para uma análise sobre o que acontece no mundo e na sua própria vida como um todo; é fazê-lo entender, noutras linhas, que a tirania de um governante, a guerra fria e calculada entre países ou cidades como Atenas e Esparta também estão presentes nas ruas das cidades, nas conversas de bares, nas redes sociais, nas escolas ou até mesmo nas ruínas dos seus próprios lares.