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Blog Dois Pernods

Foto do escritorOscar Calixto

Meu Amigo Vitor


"Existem coisas na vida que não dá para entender. Não dá para explicar..."


Meu amigo Vitor;

Nós escrevemos, até aqui, uma história de amizade e parceria que desejo ter para o resto da minha vida. Essa mesma história, hoje, me leva à insistência, a despertar o triplo da minha fé, a mexer e remexer em minha caixa de esperanças tentando segurar todas elas em meus braços desesperadamente. E tudo que posso fazer é esperar você voltar.

Nunca imaginei estar aonde estamos: Às voltas, esperando você chegar num lugar onde, na verdade, você já está.

Acontece que, na vida, também existem esses anjos que nascem na Terra, que um dia te encontram, chegando como que querendo aprender mais com você ou mais do que você faz e que acabam, na verdade, te ressignificando tudo. A primeira coisa que pessoas iluminadas como você fazem, meu irmão, é ressignificar a palavra amizade, depois o amor, o pensamento, e o sentido das coisas todas.

Percebi tua luz no primeiro momento em que nos conhecemos, e ali, já nem precisava testar ou ver o artista. Ele já existia com todos os argumentos que um grande artista precisa ter. Você entende muito sobre ser. E sem fazer nada. Apenas sendo o que é.

Eu - agora um mundo devastado por seu momento Hamlet - quero dizer que todos os dias estarei esperando você voltar.

Hoje, tem 7 noites que rondo teu castelo como um soldado. 7 noites que me questiono sobre tudo. Eu vou tocar nossas coisas, levantar nossos projetos, nossos planos, mas vou te visitar, falar com você, projetando todo o desejo do mundo para que você acorde desse sono involuntário e retorne para sua filha, para sua família, para seus outros amigos e irmãos e para este irmão aqui que tem você em todos os planos. E o resto... NÃO será silêncio! Será muito barulho dessa gente toda que te ama!

Poucas pessoas ocupam o espaço que você ocupa em mim. Poucos amigos são tão amigos como você. Porque sou mesmo um sujeito reticente... Sou mesmo muito analítico e estudo meticulosamente cada passo que dou. Só baixo a ponte e revelo meu castelo quando tenho certeza absoluta. Ademais, sempre tenho dúvidas.

Ô, meu velho... Tá difícil esse negócio. Você não tem pressa e todos nós estamos em pânico. Te esperamos num tempo que não sabemos quanto dura. Que coisa injusta! Que coisa injusta! Pena que a vida não seja livro. Correria as páginas dela rapidinho para ver você de volta.

Mas ok... Já entendi. Vamos escrevendo dia a dia até chegarmos a esse momento. Só tenho que te falar que essa história gera muita angústia.

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