VIDA DE ARTISTA
Subo no palco: livre, pleno, leve....
Minha alma flutua , lá me sinto em casa,
Atuo, danço, canto, recito...
Nada pode me deter, me sinto um gigante; e ao mesmo tempo, tão frágil...
Muito já se ouviu em verso e prosa,
Que "vou aonde o povo está"...
E como dizer o que me move e conforta?
É saber que em algum lugar, poderei despertar um sorriso, uma lágrima...
Levo sentimento, levo emoção, levo consolo,
Às vezes, destruído por dentro, mergulhado em dificuldades, consumido em problemas...
Mas, ao subir no palco (tal um bálsamo) tudo fica pra trás, esqueço os dissabores e sou feliz,
Me entrego por completo, e faço o que mais amo, sem ver a hora passar, sem ver o tempo correr...
Sou mambembe, sou inquieto, sou artista, sou do povo, da humanidade...
Sem pretensão levo minha arte, minha alma, minha verdade,
Atravesso fronteiras, barreiras, dificuldades, mas lá estou...
Do menor dos vilarejos, aos mais imponentes espaços, me faço presente,
O que mais me entristece é a ausência de arte,
Pois a vida sem ela é triste, vazia, sem alma...
Sem ela os dias passam devagar, sem cor...
E o espírito lentamente entristece, enfraquece e morre,
E no epitáfio da memória, observa-se, que somente os idiotas atentaram contra ela...
Sou aquele que muitos taxam como louco, excêntrico, vagabundo...
Sou o que capta a realidade sobre outra ótica, ou às vezes foge para não encará-la,
Sou operário dos sonhos, dos sentimentos, da fantasia, da alma,
Sou artista, porque somente a vida não me basta!
É aquela coisa: "Alugo-me para sonhar e para achar que a vida é boa!"