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Blog Dois Pernods

De um cego ao Deus nas alturas

Atualizado: 15 de jun. de 2018



A vida é como um barco solto no oceano. A gente navega sem saber onde vai chegar. E ela é tão pequena na imensidão do universo... E ele é tão pequeno na imensidão desse mar... O que o universo espera da vida? O que todos esperam desse mar? Tudo parece tão grande e tão pequeno ao mesmo tempo que me faz acreditar que o medo é como uma âncora que nos impede de flutuar.


As palavras se calam e faltam quando me ponho a questionar sobre a vida. Não existem respostas, a não ser a certeza de que quase tudo é um engano. A vida engana a vida, o ser humano engana-se sobre o ser humano, a vida engana o ser humano e o ser humano a própria vida. O que as pessoas esperam do mar, se a maioria não sabe navegar?


Não há do que reclamar. Estamos vivos e isto nos basta porque é obra Divina. Estamos soltos na imensidão desse mar... E não soltos por acaso, e não soltos por engano, e não soltos de qualquer modo ou sem jeito.


Do que todos tanto reclamam? Não têm o que desejam? Não têm o carro novo, a casa tão sonhada, o objeto da moda? A vida é isso? Não. Isso me parece anomalia... Anomalia de ego, da vaidade. Estamos vivos e isto nos basta, isto é o que importa e é o que é suficiente para sermos felizes. Se temos defeitos é porque somos humanos, se temos problemas é porque nós os criamos.


Somos anômalos... quase todos. Porque vemos diferenças onde não há. Eu não posso ver um raio de luz, mas devo lembrar de que posso sentir, eu não posso ver um filme, mas posso ouvir e criar imagens em minha mente. Eu posso até não ser o que gostaria, posso até não ser o que pretendia, mas quem sabe, um dia, possa eu, um tão pequeno cego solto na imensidão deste mar, achar na simplicidade do encontro o que procuro e me tornar aquilo que pretendia.


Somos anômalos, anômalos do desejo, anômalos da inveja, anômalos de caráter, anômalos do engano. Obrigado Deus, por não ter olhos e ver que a vida é bela, por poder ouvir o barulho desse mar e sentir o sol bater em mim, sentir alguém me amar.


Obrigado Deus, por me ter posto nesse mar, por escutar as minhas preces e ajudar o ser humano a navegar. 

Permita Deus que eu seja pobre e felicidade eu possa encontrar, permita que eu seja cego e mesmo assim possa enxergar, permita que eu seja surdo e a voz do mundo eu possa escutar. Permita Deus que eu seja mudo e, por sentimentos, eu possa falar.


Permita que eu esteja solto na imensidão desse mar, mas permita sempre que eu aprenda a saber navegar... a saber navegar... a saber navegar. 


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